Hoje dediquei trinta e oito minutos do meu dia às pessoas. Fiquei sentada em um banco no shopping e fiquei vendo a forma como elas agiam. Algumas passavam com um semblante completamente preocupado, outras estavam tão leves e calmas que, o simples fato de olhar para elas, acalmava. Mas o que mais me prendeu foi um casal de velhinhos. Eles sentaram ao meu lado e começaram a conversar, como melhores amigos, mas se via de longe o romantismo. Ele não largava a mão dela por nada no mundo e ela mantinha o sorriso nos lábios para ele o tempo todo. Ele insistia que as compras do dia tinham terminado e que estava cansado, repetia mil vezes: Quero ir para casa. Mas ela ficava insitindo que faltava alguma coisa, mas não conseguia se lembrar. Então eles começavam a divagar e a falar sobre o tempo, comentaram sobre o ENEM, falaram sobre o próximo neto deles (o homem queria uma neta, já que só tinham dois netos homens), comentaram sobre o namorado da filha mais nova, voltaram a ‘briga’ sobre ir para casa ou não e no meio de tudo isso a senhora olhou para mim e percebeu que eu os observada, daí ela sorriu para mim (eu estava com um sorriso bobo nos lábios e um provável olhar de esperança, já que eu não acredito muito nesse tipo de amor) e olhou para ele de volta, olhou para mim de novo e falou: Hoje em dia você não vê mais isso, não é? Eu apenas assenti sorrindo, enquanto o velhinho passava a sorrir para mim também. Então ele olhou para ela e falou: É o chocolate da Lara.
Acho que ele estava lembrando do que havia esquecido, lançando mais um sorriso para mim, eles se levatantaram (de mãos dadas) e caminharam lado a lado para comprar o chocolate de Lara. Não sei quem é Lara e nem há quanto tempo eles estavam juntos, mas sei que ao observar algo assim, eu quase passei a acreditar no amor. Na verdade, eu cheguei a acreditar por quase dez minutos e eu acho importante que eu me lembre que ainda existem pessoas que me fazem querer e acreditar.
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