domingo, 18 de julho de 2010

No limite.

Ela gostava de se sentir no limite em relação a tudo, no limite do amor, do sofrimento, da vida. Ela gostava de ficar no ponto máximo. Porque ela queria viver a vida e estar no limite era a melhor maneira de viver. Não tinha medo de sofrer, não tinha medo de amar e então sofrer, não tinha medo de dizer o que pensava, não tinha medo de perder a cabeça, desde que pudesse achá-la depois, só tinha medo de ser mais ou menos, abominava a mediocridade. Acabava com ela, a mediocridade, a hipocrisia e ser contrariada. Vivia no limite, amava viver no limite. Então, em um dia, percebeu que não estava preparada para tanta dor, tanta intensidade. Doía. A partir dali quis ser menos, quis viver pelas beiradas, porque o mundo não estava preparado para ela e ela não queria dar o seu melhor para quem não merecia. Ela está vivendo pela metade e isso a deixa num profundo mau humor, sua própria hipocrisia. Mas é hora de ser menos para poder ser mais.