sábado, 24 de abril de 2010

Lamentável.

- Que complexo.
- O que é complexo?
- O seu complexo.
- Ah, eu sou complexada.

Sim, sim. Sou cheia de complexos. Não atendo o telefone, porque sempre acho que vou receber alguma noticia desagradável. Não puxo papo com as pessoas, porque me acho chata e sempre que começo uma conversa acho que estou incomodando. Eu sempre olho nos olhos das pessoas, se elas desviam o olhar do meu, acho que elas estão mentindo pra mim, já que não sou digna o suficiente da verdade. Sempre que alguém diz que me ama, eu fico procurando motivos pra elas me amarem e não acho nenhum. Na verdade eu sou muito frágil e tímida, mas sempre que eu falo isso ninguém acredita. Eu também sou realista, sempre confundem com pessimismo, mas é realismo puro. E na minha forma realista de ver as coisas, eu sou um ser lamentável. Então os meus complexos são apropriados. Alguns também dizem que sou melancólica e tenho que parar de querer entender os porquês das coisas. Mas eu realmente não consigo. E eu realmente sou, viu? Lamentável.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Fim.

- Por favor, não faz isso.
- Me desculpe, eu não posso mais.
- Você foi a única que eu realmente amei.
- Vai passar.
- E se não passar?
- Então eu serei a única que você amou e você terá sido uma ótima fase da minha vida, mas que acabou, eu não posso viver mais com isso. Você tem sua vida. Eu quero ter a minha, não quero mais ter medo do que você vai pensar, se eu vou estar lhe magoando. Essa história já acabou. Eu sinto muito, eu realmente sinto. Por favor, me entende.
- Se isso vai lhe fazer feliz... - E desligou e até então, nunca mais voltou a ligar.

Ao desligar o telefone ela chorou. Mas ela não se arrependeu. Teve que escolher entre amá-lo ou amar-se. E ela jamais poderia fazer qualquer coisa sem estar bem consigo. Ela jamais poderia não seguir o seu coração. Mesmo que isso pudesse matá-lo.

Com todo o meu amor, M.

sábado, 10 de abril de 2010

Medo de ser.

Ele: Você é tão inconstante que dá raiva às vezes.
Ela: Devo me desculpar por isso?
Ele: Não, nunca! Jamais se desculpe por ser quem és.


Então, por favor não se esconda. Não se envergonhe de errar, não tenha medo de se arriscar. Não tenha medo de se fechar, não tenha medo de se abrir. Fuja do medo e não tenha medo de tê-lo. É normal! Só não deixe que ele reprima os seus desejos, também não deixa que ele se vá por completo. O frio na barriga é necessário e um pouquinho de medo é a garantia do bom senso. Não tenha medo de dizer o que pensa, não tenha medo de assumir que não sabe, também não tenha de assumir que sabe. E acima de tudo, nunca tenha medo de quebrar a cara, é melhor se desculpar por ter feito algo, do que viver sem se perdoar pro não ter feito o que queria fazer. Não tenha medo da morte, mas a tema e tema viver. E faça isso sem medos e sem pedidos de desculpas. E sem complexos. Aqueles que mais têm medo, costumam ser muito muito mais do que imaginam ser.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Coisas que odeio. Ou que amo. Ou...

(Pode me chamar de hipócrita, inconstante, egoísta, grossa, chata, estranha, triste e muito irritável. Porque é o que eu sou. Já liguei muito. Hoje, agora, não mais.
Mas jamais, em hipótese alguma, se atreva a dizer que eu sou algo que eu não sou. Porque eu odeio ser mal interpretada.)

(Odeio pessoas que desistem fácil. Essas não nasceram pra lidar comigo. Também odeio as pessoas que tentam entrar no meu mundinho rápido e sem o meu consentimento. Também odeio as que vão embora sem avisar o porque, que não me dão tempo de ir atrás dela. E odeio as que não vão atrás de mim.)

(Eu amo a chuva, pra mim é mais legal que o sol. A chuva me deixa nostálgica, mas o sol? O sol me destrói. É muita claridade, muita quentura e muita falação na rua. Prefiro a chuva, que limpa, é fria e me faz pensar.)

(Odeio pessoas que cobram muito de mim. Também odeio as que não cobram nada. E odeio, acima de qualquer coisa, esse meio termo, esse chove e não molha, essa ausência de saber o que se quer. E odeio os que descobrem como lidar comigo, eu me sinto vulnerável. E odeio me sentir assim.)

(Não gosto de companhia. Morro de medo de ficar sozinha. E odeio, odeio, gente que não olha nos olhos.)

(Eu já odiei de tudo e já amei de tudo. Agora eu só tenho que decidir o que é mais agradável. Mas eu odeio ter que escolher entre o certo e o errado, ou qualquer coisa assim)