domingo, 31 de outubro de 2010

Sorriso.

Ela está sorrindo. Deus! Ela tem o sorriso mais lindo mundo. O sorriso dela faz qualquer um querer sorrir. Qualquer um se apaixonaria por esse riso. Exceto ele.
Ele, que viu além do sorriso, encarou os olhos. Os olhos não demonstravam alegria alguma. Brilhavam, definitivamente brilhavam, mas ele percebeu que era um brilho de quem acumulava lágrimas, não de quem sorria. Então ele se apaixonou. Não pelo sorriso, mas pelos olhos cansados e fadigados de procurar alguém que visse atráves da sua máscara e daquele sorriso falso e sem vontade alguma. E ao vê-lo encarar seus olhos, sorriu.

:)

Décadas - ou um pouco menos - sem postar por aqui, mas é que eu fiz um tumblr, e assim como a última coisa que eu escrevo é a que eu mais gosto, o último site que eu me cadastro fica sendo o meu preferido. Não que eu ache que alguém sofreu sem minhas postagens aqui... A não ser eu. Mas é que o vestibular está me deixando travada. Já engordei trezentos quilos (e eu estou sendo bondosa) e fiquei duas semanas inteiras sem escrever meia vírgula. Absurdo! Lamentável! Mas agora estou de volta - ou não - para a minha alegria.
Isso que você vê, essa pessoa que está diante de seus olhos, não é nada, senão um espaço vazio. Um espaço vazio pronto pra ser preenchido, ainda assim, vazio. Não é que eu não sinta, pois eu sinto. Não é que eu não raciocine, porque eu raciocino. É que eu tenho tanto medo de ser falsa, hipócrita. Tenho tanto medo de não ser exatamente quem eu sou, que assim, me anulo. Mas então, quando eu deixo que olhem pra mim, percebo que a pessoa vazia que penso que sou, é completa, intensa e cheia de coisas que só eu faço. Vazia não sou eu, vazia é a minha opinião sobre mim.

Sozinha.

Hoje, enquanto atravessava a rua, descobri o porquê de eu nunca ter aprendido a atravessar.

Confiança.

Eu sempre confiei na pessoa que estava ao meu lado, porque ela está ao meu lado e se ela está perto de mim, é porque eu confio nela. Então eu sempre vou, sem medos. De vez em quando eu percebo que não olhei pros lados e olho no meio do caminho e por mais que eu ache que um carro possa bater em mim, eu olho pra pessoa ao meu lado e ela me faz confiar novamente, eu chego ao outro lado e está tudo bem. Eu não sei atravessar a rua sozinha, isso é um problema. Eu não sei não confiar, isso é um problema maior ainda. Não vai demorar muito tempo e eu terei que atravessar sozinha e esse é o maior de todos os problemas.

Parte.

Sou integrante da parte da população que ainda ri para estranhos na rua e que levanta da cadeira em que está sentado em um ônibus para uma pessoa idosa sentar. Faço parte dos que ainda são bons leitores, gasto todo o meu dinheiro em livros. Acho estranho sair e ficar com um monte de pessoas que você nunca viu na vida e não entendo o que leva alguém a se sentir completo dessa forma. Também faço parte do lado desbocado, desaforado, esquentado e mal humorado, mas do lado que eu estou se há respeito. Desrespeito é uma coisa baixa. Dizem que eu sou misteriosa, porque eu nunca faço o que esperam que eu faça e embora eu fale muito, eu nunca falo sobre a forma como eu me sinto, eu nunca digo quem eu sou. Eu adoro quando as pessoas falam pequenas coisas que me definem, faço parte dos que tentam se definir, algumas vezes sem muito êxito, mas sempre, com pelo menos uma pequena descoberta. Também estou no grupo dos cinéfilos, dos viciados em música, chocolate, chá, livraria e café. Estou do lado dos que não tentam agradar ninguém, dos que não mudam de opinião pelos outros, mas que não pensará duas vezes em mudá-la se achar que é o correto. Faço parte de uma parte e essas infinitas partes, fazem parte de um todo, do meu todo.

Nos temos.

Temos a nossa amizade, temos o nosso romance, temos as nossas semelhanças, temos as nossas diferenças, temos as nossas brigas, temos os nossos olhares que falam tudo, temos nossas lágrimas, temos nossos sorrisos, temos um ao outro, temos as nossas piadas internas, temos uma tatuagem um para o outro, temos as nossas músicas, temos o coração (eu tenho o seu, você o meu), temos uma história que nunca contaremos a alguém, temos nossas conversas, temos uma história, temos vontade, temos desejos, temos amor, paixão, ousadia. Nós nos temos, na tristeza e na alegria.
- Perder alguém dói e eu não aguento mais sentir dor. - Falei assim que ele sentou ao meu lado. Ele me encarou com uma interrogação nos olhos.

- Por que você está dizendo isso?

- Porque se você quiser ir embora, quero que vá agora. Porque eu não quero perder você, então se não for real, quero que você vá.

Ele sorriu para mim, um sorriso gentil, passou os braços ao meu redor e sussurrando em meu ouvido, falou:

- Eu estou com você, sempre!

- Prometo.

Mas com o tempo… Doeu.

Aquariana.

Paciente.

Perseverante.

Humanitária.

Teimosa.

Independente.

Livre.

Acolhedora.

Excêntrica.

Utópica.

Desleixada.

Imprevisível.

Intempestiva.

Incostante.

Aquariana.

Sem tirar, nem por.

Utopia Platônica.

Desculpe, mas é quue saiu no meu horóscopo que eu sou utópica. Então vai ver é por isso que eu não paro de pensar em você. Em como seria se você estivesse aqui. Não paro de pensar na forma como você ia mexer nos meus cabelos e nos apelidos que você ia me dar. Desculpe, se me tranco nessa utopia que é ter você para mim, mas é que nasci assim, sonhadora, nasci assim, querendo ter você pra mim. Tenho certeza que nasci assim. Eu sei que para você eu sou apenas uma pessoa a mais em uma sala lotada de gente, mas desculpe, pra mim, só tem você. Talvez eu leia muitos romances, talvez eu escute muitas músicas melosas, talvez a culpa seja sua, de fazer com que eu só lhe enxergasse , talvez a culpa seja minha, por só enxergar você. Talvez a culpa não seja de ninguém, talvez você também sinta algo por mim, talvez você me ame em segredo. E talvez, eu só esteja sendo utópica de novo, mas me desculpe, não tenho culpa e não queria te querer tanto assim.

Eu.

Você mudou. Suas fotos, que antes eram sempre comigo, agora são com seus novos amigos. Não lhe recrimino, eu também mudei. Minha poesia, que antes era sua, agora é só minha. Eu fiquei (ainda) mais egoísta, mas eu ainda penso em você, ainda visito os nossos lugares, ainda escuto as nossas músicas, ainda falo de você com os meus amigos, mas não sinto mais sua falta. Contraditório, eu sei. Mas eu sempre gostei de me contradizer. Acho que tenho um pouco de saudade da pessoa que eu era quando estava com você, eu era mais espontânea e apaixonada, mais aberta ao mundo, agora eu estou tão presa em mim, não acho que isso seja ruim, mas sinto falta de ser quem eu era quando estava com você. Mas não quero voltar a tê-lo em meus dias, porque sentirei falta de ser só minha, você cobrava demais de mim. Acho que vou arrumar um outro amor, que me ame mais, me cobre menos e que me queira bem. Então, eu serei quem eu era quando estava com você e serei quem eu sou quando estou só comigo. E não, ao ler isso não pense que ainda amo você, porque não amo. Não se vanglorie, não pense que esse texto é sobre você. Isso é sobre mim, sobre quem eu quero ser, sobre quem já fui. Sobre o que quero para mim. Só resolvi te usar para me encontrar, mais uma vez.

Velhinhos Apaixonados.

Hoje dediquei trinta e oito minutos do meu dia às pessoas. Fiquei sentada em um banco no shopping e fiquei vendo a forma como elas agiam. Algumas passavam com um semblante completamente preocupado, outras estavam tão leves e calmas que, o simples fato de olhar para elas, acalmava. Mas o que mais me prendeu foi um casal de velhinhos. Eles sentaram ao meu lado e começaram a conversar, como melhores amigos, mas se via de longe o romantismo. Ele não largava a mão dela por nada no mundo e ela mantinha o sorriso nos lábios para ele o tempo todo. Ele insistia que as compras do dia tinham terminado e que estava cansado, repetia mil vezes: Quero ir para casa. Mas ela ficava insitindo que faltava alguma coisa, mas não conseguia se lembrar. Então eles começavam a divagar e a falar sobre o tempo, comentaram sobre o ENEM, falaram sobre o próximo neto deles (o homem queria uma neta, já que só tinham dois netos homens), comentaram sobre o namorado da filha mais nova, voltaram a ‘briga’ sobre ir para casa ou não e no meio de tudo isso a senhora olhou para mim e percebeu que eu os observada, daí ela sorriu para mim (eu estava com um sorriso bobo nos lábios e um provável olhar de esperança, já que eu não acredito muito nesse tipo de amor) e olhou para ele de volta, olhou para mim de novo e falou: Hoje em dia você não vê mais isso, não é? Eu apenas assenti sorrindo, enquanto o velhinho passava a sorrir para mim também. Então ele olhou para ela e falou: É o chocolate da Lara.

Acho que ele estava lembrando do que havia esquecido, lançando mais um sorriso para mim, eles se levatantaram (de mãos dadas) e caminharam lado a lado para comprar o chocolate de Lara. Não sei quem é Lara e nem há quanto tempo eles estavam juntos, mas sei que ao observar algo assim, eu quase passei a acreditar no amor. Na verdade, eu cheguei a acreditar por quase dez minutos e eu acho importante que eu me lembre que ainda existem pessoas que me fazem querer e acreditar.

Cinco quintos.

Um quinto do problema: Eu estava apaixonada por ele.
Dois quintos do problema: Ele tinha namorada.
Três quintos do problema: A namorada dele era minha amiga.
Quatro quintos do problema: Ele gostava de mim.
Cinco quintos do problema: Ele também gostava dela.

Você.

Eu quero você… Mesmo que isso me mate.

Quero as suas palavras rudes e suas mãos frias.

Quero o seu sorriso sarcástico e os seus suspiros impacientes.

Quero sua voz cansada e seu amor sem virtude alguma.

Quero você.

Quero o sorriso que você só dá para mim.

Quero as palavras doces que lhe deixam sem graça ao dizê-las.

Quero suas brincadeiras sem graça alguma.

Quero você quebrando meu coração mais uma vez, eu não importo.

Quero a minha dose de você.

Porque você não vale nada, mas é você.

Apenas você.

Você.

Que me faz acordar todo dia.

Querendo mais.

Mais de você.

Você e toda agonia que eu só tenho ao te ter.