terça-feira, 27 de agosto de 2013

Amor,

Sei que nunca receberás estas cartas que tão devotamente e dolorosamente escrevo, sei que nunca saberás que alguém te amou de forma tão lírica, sei que nunca saberás que o meu primeiro pensamento da manhã é você. Sei que nunca saberás que o meu amor é algo tão sublime e doce que abriu mão de sorrir pelo teu sorriso. Hoje, olhando para trás, mais esclarecida e pensando em tudo que vivemos separados, sei que fiz a coisa certa. A verdade é que ontem te vi, nem imaginei que te encontraria, não sabia sequer que estavas de volta, mas a verdade é você estava lindo. Tão lindo! Sua barba estava no ponto que eu gosto, você estava de camiseta xadrez e ajudando uma senhora a encontrar a que rota deveria seguir no metrô. Você ainda é o meu Rodrigo, o meu amor. E isso encheu o meu coração de pranto e riso. Porque sendo meu, você não é mais. Sei que nossa separação não alterou o curso das coisas, você é um homem bom. De coração. De bem. O que deveria ser!
Mas ao mesmo tempo penso se realmente fora a coisa certa, porque eu sei que eu sou uma pessoa boa e feliz e que você também é... Mas e se estivéssemos juntos? Quem seríamos? Algo melhor ou pior? A verdade é que eu não sei... Mas adoraria saber... Então, talvez, na próxima vez que eu te encontrar por essa gigante cidade que mais parece um ovo... Eu diga um "oi"... E quem sabe você não descubrirá apenas que ninguém te amará como eu. Nem em um milhão de ciclos desta Terra... Nem em um milhão de ciclos de qualquer outra. Quem sabe... ainda poderemos saber...

Com toda a minha esperança, 

Alice.